Durante um
tempo fiquei me perguntando como homenagear o cara mais importante da minha
vida. Fiquei lembrando dele e de todas as coisas mais marcantes pra mim e achei
que nada seria mais justo que fazer essa homenagem de um jeito em que eu era
bastante elogiada por ele: Escrevendo.
Me lembro de
quando escrevi uma poesia para um concurso, e ela foi selecionada. Ele me pediu
pra imprimir várias cópias daquela poesia, fez um canudinho e amarrou com uma
fita. Era o orgulho dele. Minhas tias tem essa poesia, os advogados do
escritório onde ele trabalhava também as tinham. Onde íamos ele falava “Luisa
fez uma poesia linda sobre o amor e faz a melhor farofa de ovos do mundo”. Lembro como se fosse hoje. Andando comigo,
apoiado em meus ombros (nessa época ele já estava bem doente e não tinha muito
equilíbrio pra andar sozinho).
Me lembro de
cozinharmos juntos, quase todo final de semana e datas comemorativas em geral
(Aniversários, Dia das Mães, Dia dos Pais).
Eu era a ajudante dele e como eu ficava revoltada em estar na cozinha,
enquanto todas as outras crianças estavam brincando. “Luisa, descasque não sei
quantas cebolas, o dobro de tomates e não sei quantas cabeças de alho”. Nossa,
como eu ficava chateada, afinal, eu queria brincar. Que tola eu era. Que
saudades que tenho daquela cozinha, de cozinhar com ele. E ah, se hoje em dia
eu cozinho bem (modéstia a parte), agradeçam a ele, pois tudo que aprendi, cada
coisinha, foi ele quem me ensinou.
Ele sempre foi
um cara rodeado de “amigos”, casa cheia todos os fins de semana... Muita
bebida, comida a vontade. Nessa época eu
era muito pequena, não me lembro bem. Quando comecei a entender as coisas, ele
já estava doente e esses muitos amigos já não eram mais presença frequente em
nossa casa. Ele tinha diabetes. Não podia beber muito e ele simplesmente não
respeitava isso. Ele vivia o hoje.
Enfim, o tempo
foi passando e ele cada vez mais doente. Menos amigos. Mais preocupações.
Começou a fazer hemodiálise, pois seus rins já não funcionavam bem assim. E a
vida foi seguindo assim, até que em 2003 ele precisou ser internado e de lá não
saiu mais.
Coincidentemente,
ele morreu no dia 13 de agosto de 2003. Um dia depois do Dia dos Pais. Meu
Deus, como eu sinto saudade. Daquela risada, da tosse chata, da televisão
alta., daquele beslicãozinho inesquecível. Como eu sinto saudade.
Eu poderia
falar muitas coisas, de como queria ele aqui hoje, de como ele ficaria todo
bobo com o netinho dele, tricolor, como ele era, mas resumo tudo a saudade. Uma
saudade gostosa, uma lembrança maravilhosa do cara que foi meu herói, meu
melhor amigo, meu tudo.
De onde
estiver, sei que esteve em meus pensamentos em todo o momento em que escrevi
isso e poderá dizer também: “Luisa fez um texto lindo pra mim em homenagem ao
Dia dos Pais”.
Um Feliz Dia
dos Pais a todos, que também tem um pai herói, como eu tive.
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