quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Sobre nossos filhos

Quando um casal resolve ter um bebê, costuma chamá-lo de "seu bebê". "Hoje vou levar meu filho para a escola", "Final de semana tem passeio com as minhas crianças", "Vamos combinar de levar seu bebê para conhecer o meu". "Meu" e "Seu", pronomes possessivos. O sujeito da ação sempre sou EU, o bebê é o passivo, a criança é passiva, o adolescente rebelde e passivo. E depois? Depois que NOSSOS filhos completam 18 anos continuam sendo NOSSOS? A resposta é: nunca foram.

Os pais criam os filhos para o mundo, por mais cruel que ele seja. Os pais educam, dão amor, carinho, ensinam valores, e tudo isso vai refletir na posição dos filhos na sociedade. Os pais querem que suas princesinhas continuem na redoma segura de seu olhar. As mães paparicam seus meninos o suficiente para que eles nunca busquem em uma outra mulher algo que não tenham em casa. Infelizmente, eles crescem. Quando crescem, não precisam mais de papai e mamãe para muita coisa. Isso angustia. Às vezes, mata. Mata porque o ser humano é egoísta o bastante para não querer agir como um simples agricultor. Um agricultor que planta a semente, rega a plantinha, trata e espera crescer para dar bons frutos. Quando cresce, ela se vai. É levada num caminhão qualquer para ser agora tratada por um hortifruti qualquer e depois é comprada por um consumidor qualquer. O agricultor não pode escolher o fornecedor, assim como pais não podem escolher quem seus filhos namoram, quem será seu chefe, quem serão seus colegas de trabalho e nem com que tipos de amigos eles irão se relacionar. Mas, com certeza o tratamento que o agricultor deu ao seu plantio determinará o valor de sua mercadoria e aumentará o interesse de bons negociadores.

A vida não se resume a uma metonímia qualquer, mas, sem dúvidas, pais que sejam bons educadores darão bons filhos ao mundo. E, infelizmente, dizer NÃO faz parte do processo. Fica a dica!

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