quinta-feira, 10 de maio de 2012

Explode coração ♪

   Nunca falei aqui sobre como começou meu amor pelo Salgueiro, aliás, poucas pessoas devem saber, por isso, hoje vou contar:
   Como a maioria sabe, moro em São Gonçalo, zona metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Temos duas escolas de samba: Porto da Pedra (também bairro da cidade) e Viradouro que embora a quadra seja em Niterói, ela é no Barreto, bairro que divide São Gonçalo e Niterói e, ACHO que, por causa da proximidade e por a Viradouro ser uma escola relativamente maior do que a Porto da Pedra, ela consiga atingir foliões das duas cidades. As duas, atualmente, estão no Grupo de Acesso, a Viradouro, estranhamente, desde 2011 e a Porto da Pedra, infelizmente, caiu esse ano. Portanto, a minha história no samba, e mais precisamente no Salgueiro, não começou por isso.
   Aqui na minha cidade, as agremiações são vistas como algo mais social do que pessoal. As pessoas até frequentam escolas de samba, mas só quem já é do ramo, leva o Carnaval mais a sério. Por aqui, a coisa não é tão elitizada como nos bairros da cidade do Rio. Então, o samba sempre foi pra mim algo mais para reforçar as interações. Na época de ensaios, a Porto da Pedra desfila na rua todos os domingos, e os amigos sempre vão. É certo ir e encontrar com alguém lá, e é isso que eu fazia quando não combinava com a galera antes.
   Comecei a namorar o Rodrigo, morador da Zona Norte do Rio, pagodeiro (eu já destestei pagode) e ex-compositor de samba. Ele disputou uns 2 anos (ou mais, não sei ao certo) samba na São Clemente. Não ganhou, mas tinha aquilo na sua veia, ele não poderia negar. Com o namoro, percebi o quanto no Rio as pessoas são mais ligadas a essa coisa toda de Carnaval. Quem não participa ativamente, frequenta quadra nos ensaios ou em dias de shows.
   No início do namoro, o Rodrigo sempre me convidava para ir a disputa de samba do Salgueiro, que um amigo dele estava concorrendo, mas eu sempre resistia, ficava imaginava que saco seria passar a noite inteira ouvindo músicas que eu não conhecia e nem sabia quem eram os compositores ou cantores. Até que ele foi me convencendo, um pouco porque tinha grupo de pagode antes e um pouco também porque eu entendi que aquele concurso era muito importante pro amigo dele e consequentemente, pra ele também. Fui. O pagode rolou e foi ótimo, depois subiu no palco o puxador cantando vários sambas antigos. Me acabei, né? Quando começou a disputa, que era a parte chata e havíamos combinado de ir logo depois que o amigo se apresentasse, recebemos as letras e tentamos acompanhar. Eu não queria mais parar de cantar. Na vez do tal amigo, ganhamos bandeiras e fomos lá pro meio, me enrolei um pouco no samba mas logo aprendi. Ameeeeei! Não queria mais sair.
   Voltamos lá mais alguma vezes, inclusive na semifinal, onde o sambo do amigo do Rodrigo caiu. Fiquei até triste (rs). Depois, fomos à final e com o samba já escolhido, voltamos com os amigos de São Gonçalo. Fiquei tão animada nesse dia que resolvi colocar o samba bem alto para ouvir, mas para a graça de todos, eu gostei tanto do samba do amigo do Rodrigo, que ao invés de colocar o samba escolhido, coloquei o dele. Namorado nem riu né? Eu não conseguia parar de pensar na outra letra, mas quando coloquei meus pés na quadra, essa confusão toda acabou e eu já tinha a música esolhida na ponta da língua. A galera de São Gonçalo também amou.
   Enfim, hoje sou Salgueirense desde criancinha (rs), louca para desfilar, para entrar na escolinha da bateria, uma Salgueirense com S maiúsculo mesmo, com tudo que tem direito. Espero conseguir conciliar minha faculdade com a escolinha e ano que vem estar lá, eu e Viviane Araújo lindas!

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