quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Lembranças de um samba

Então, eu coloquei um trechinho desse hino no Face e, ao colocar, me lembrei de uma noite dessas, quando a saideira começou às cinco horas da manhã, e num botequim qualquer, rolou aquele samba na caixinha de fósforo e no que eu disse "Vamos cantar samba-enredo", o vizinho de mesa já começou "Valeu, Zumbi..." Fiquei pensando que tem sambas que são tão bons que nem parecem que nasceram de um simples enredo carnavalesco.

E as lembranças são mesmo coisas tão boas que depois de ter atualizado o status no Facebook, algumas colegas de escola se manifestaram lembrando de momentos daquela época.

A saudade é uma dor da lembrança, de uma lembrança que não dói porque passou, mas dói porque não volta mais.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Família ê

às 00:16

"Preciso de um tempo para me dedicar a um futuro que não é meu e do meu futuro para amar uma vida que não é a minha." ( QUALQUER, Uma mãe)

Esses dias vi na rua um casal que era a cara da modernidade. Um homem que aparentava ter menos de 40 anos, de camisa de malha, calça jeans, tênis, e uma bolsa de bebê à tiracolo. Normal, né? Sim, se ele não estivesse levando um carrinho de bebê com uma menina linda dentro e, para a minha surpresa, ao lado dessa cena uma senhora, com a mesma idade do homem, vestida de maneira social. Como sou bem fuxiqueira (Desculpa, gente!), pude perceber que ali havia uma família, uma família diferente, mas uma família completa, pai, mãe e filha.

Num mundo onde o casamento é uma simples celebração luxuosa, há de se admirar casais que se sustentam por décadas. E é nesse mesmo mundo de filhos com pais separados é que reinam os preconceitos sobre adoção de homossexuais. Dá para entender tamanha hipocrisia?  Eu até tento, mas hoje não vou desenvolver, vim apenas para criar a polêmica. 

Tenham uma boa semana!


Super mãe e executiva de sucesso é possível?
Foto retirada do Google Imagens


domingo, 28 de outubro de 2012

Sobre ter fé...



Depois dos últimos acontecimentos, seria conveniente que eu viesse escrever sobre perdas, talvez até sobre derrotas e vitórias, mas eu achei pertinente falar sobre FÉ. Não uma fé que discute essa ou aquela religião, não uma fé que adora um ou alguns deuses, eu venho falar da fé que tira o homem da cama às cinco horas da manhã, de uma fé que faz a mãe deixar os filhos com desconhecidos e pegar um ônibus lotado. É uma fé que paga o leite do café da manhã, que almeja um automóvel com ar condicionado, que sonha com uma apartamento de dois quartos. É a fé de uma Nação que não se cansa. É a fé do brasileiro, que apesar de menosprezada, muitas vezes, é, para mim, a prova de que sem fé não se consegue nada. E, como prova viva disso, eu tenho a minha fé.

Conquistar um dia de cada vez, não é fácil, é preciso disciplina, foco e superação. É preciso passar por cima das humilhações, é preciso engolir que você não faz nada no trabalho, é preciso não temer a maldade alheia. E é por conta da minha coragem, da minha determinação, da minha disciplina e, principalmente, da minha FÉ, que eu não me canso. Com paciência e sabedoria, um dia após o outro. Os sonhos continuarão ali na caixinha, sempre preparados para serem reais. O meu espelho quer me ver sorrindo todos os dias. Toda adversidade tem uma felicidade, não importa o quão ruim ela seja. Afinal, ninguém disse que seria fácil. 


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Que Vossa Mercê entenda bem...


“A arte não precisa de estética perfeita ou gramática correta, a arte tem que ter alma. A cultura não tem que ter perfeição até porque este ideal está nos olhos de quem vê.”

É com esse trecho do texto do Ricardo Barbieri que eu estendo a discursão dele e dou início a minha. E não venho discutir o que é certou ou errado, afinal, se vivemos num “país democrático” onde a maioria escolhe até o representante da Nação,  porque achamos que nós, uma minoria, só porque dominamos alguns conhecimentos gramaticais, estamos certos? Quem disse isso? Uns gramáticos dispostos a elitizar o nosso bom Português? Eles também são uma pequenina minoria.

Se você não for um advogadozinho metido a doutor só porque acabou de passar na OAB, com certeza, eu nunca vou achar engraçado se você, de repente, escrever “criança” com dois “esses”. Eu vou entender que ou você não estudou numa escola de prestígio ou que você nunca se interessou por aprender as regras da nossa Língua. Embora eu defenda que o estudo de Língua Portuguesa deveria ser obrigatório em todos os cursos de Ensino Superior, quem sou eu para dizer se a forma de se expressar de um grupo é válida ou não?
Ninguém nasce falando Português, aprende a estrutura básica logo que aprende as primeiras palavras. “Qué dedeira” nada mais é do que a nossa construção convencional de sujeito oculto + predicado (verbo + objeto direto).  Assim, o bebê tem sua solicitação atendida sem nem saber falar Português, como dizem por aí. Da mesma forma, o marido desempregado escreve um bilhete para sua esposa “Cabo meu dinheiro vamu economiza no lanxin das crianssa”; E não muito diferente desses exemplos, mas num caso bem mais próximo de mim, meu pai e meu avô que falam “bicicreta”, “Framengo” e “Craro”, e, para descontruir os preconceitos, meu pai nem flamenguista é. Nesses casos, o problema é na própria fala, o nome que damos a esse tipo de fenômeno é o Rotacismo, quando as pessoas trocam o “r” pelo “l” ou vice-versa. Pode ser que haja, sim, um pouquinho de preguiça do povo, mas não cabe a nós discutir essa ou aquela razão, afinal, com prestígio ou não, eles são maioria. É aquela velha história de “ele é grande, mas não é dois”. A quantidade, nesse caso, vence. 

Nossa Língua é objeto de uso e estudo constante por isso, muda sem que a gente perceba. Quem nunca se pegou escrevendo “q” no lugar de “que” ou “vc” ao invés de “você”? Aí, você vai me dizer que é para facilitar na hora do bate-papo na internet, e eu vou te dizer que o princípio dos falantes do uso informal do Português é exatamente esse, simplificar, retirar os excessos. Ou você acha que o termo “Vossa Mercê” usado antigamente virou “você” como? Nossa Língua nada mais é que uma bela arte flexível a mudanças. Amém! ;]

Tudo novo de novo.

às 01h09

A pretensão desse blog, desde o início, foi divulgar as coisas que escrevo, os detalhes que me inspiram, falar da vida, falar dos meus projetos, enfim, falar de sonhos, reais ou imaginários. Às vezes, a razão escreve, outras vezes, é o coração, e lá se vão alguns meses de blog, que eu espero que ainda dure muitos anos. E foi por esses dias, usando um pouco a razão e o coração, que pensei como poderia deixar esse blog mais MEU, mais a minha cara. Quando o criei configurei cada cor, tentei pensar nos pequenos detalhes para não parecer mais um modelo pronto do Blogger, só que eu precisava de mais. Eu amava o template do Danbo e, embora as imagem tenham sido escolhidas por mim, o Danbo não era uma obra minha, era apenas resultado de uma pesquisa no Google somado a um trabalhinho no Paint. 

E foi com meus antigos dotes em artes no Photoshop que resolvi dar início à roupa nova do meu diário virtual. Essa semana não dormi dia nenhum antes de meia-noite, só sossegava quando a internet me irritava e eu desistia. Hoje, consegui chegar o mais perto do que idealizei. Está acima do que eu esperava conseguir, com certeza, mais abaixo do que eu sonhei. Não adiantava mais ficar namorando blogs famosos, eu precisava esquecer o perfeccionismo e colocar no ar algo 100% idealizado e executado por mim. A minha coordenação motora ruim foi minha inimiga muitas vezes, mas eu venci, as "facilidades" do provedor, também não ajudaram em nada. 

Começa agora a segunda etapa do Entre sonhar e realizar, muitas ideias ainda estão sendo pensadas. Continuamos sendo um blog independente, mas agora podemos dizer que temos PERFIL, temos RG e CPF. Sejam bem-vindos, mais uma vez!


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Em construção...

às 20h35

Estou com muitas ideias, e ideias que ficam somente no campo das ideias não sobrevivem por muito tempo, por isso, mãos à obra! Espero atingir a minha expectativa e, o mais importante, a de vocês. Volto assim que conseguir concluir pelo menos o layout do blog. Beijinhos!


sábado, 20 de outubro de 2012

Na ausência...

É um fato que quanto mais nos ausentamos, mais vamos nos tornando desnecessários. Que fique claro aqui que a minha intenção nunca foi essa. Explicarei, então, os meus motivos. Na sexta, dia em que eu deveria ter dado sequência aos posts em dias intercalados, já que a última vez que postei foi na quarta, eu não consegui acessar ao computador, pois não estava em casa e havia uma mini pessoa ocupando o computador do lugar em que eu estava, e, é lógico que o final da novela também ajudou para adiar a publicação. No sábado, ainda em clima de dia das crianças, fomos todos ser feliz no parque aquático. E, juro, quando chegamos o meu corpo só queria uma coisa: cama e sombra fresca, dormi 12h, esse negócio de toboágua cansa, mas valeu muito a pena, as crianças ficaram muito felizes.

É muito bom sempre poder concluir tudo aquilo que já digo sobre os jovenzinhos, eles renovam nossa juventude e nos dão certeza de que nada pode ser maior que nossa felicidade. No fim, entregamos crianças arranhadas dos brinquedos e vermelhas de sol, mas em nenhum momento aquilo importou para elas. A vida é muito curta para se importar com protetor solar e posto médico, essa foi a lição do dia.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Poemas nossos de cada dia.

Quando a gente não tem o que falar, a gente lembra que poetas e compositores falam por nós. 
Na minha música, na minha poesia, eu deixo o silêncio e, para não calar, eu deixo Drummond.

Resíduos

De tudo ficou um pouco.
Do meu medo. Do teu asco.
Dos gritos gagos. Da rosa
ficou um pouco.

Ficou um pouco de luz
captada no chapéu.
Nos olhos do rufião
de ternura ficou um pouco
(muito pouco).

Pouco ficou deste pó
de que teu branco sapato
se cobriu. Ficaram poucas
roupas, poucos véus rotos
pouco, pouco, muito pouco.

Mas de tudo fica um pouco.
Da ponte bombardeada,
de duas folhas de grama,
do maço? vazio ? de cigarros, ficou um pouco.

Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.

Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.

Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? no trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?

Um pouco fica oscilando
na embocadura dos rios
e os peixes não o evitam,
um pouco: não está nos livros.

De tudo fica um pouco.
Não muito: de uma torneira
pinga esta gota absurda,
meio sal e meio álcool,
salta esta perna de rã,
este vidro de relógio
partido em mil esperanças,
este pescoço de cisne,
este segredo infantil...

De tudo ficou um pouco:
de mim; de ti; de Abelardo.
Cabelo na minha manga,
de tudo ficou um pouco;
vento nas orelhas minhas,
simplório arroto, gemido
de víscera inconformada,
e minúsculos artefatos:
campânula, alvéolo, cápsula
de revólver... de aspirina.
De tudo ficou um pouco.

E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.

                               (Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ao mestre por carinho.

Eu fiquei o dia inteiro esperando para fazer este post, esperando para escolher as palavras, esperando para não repetir nenhum clichê. A espera só me fez ter certeza que não há o que ser dito porque se o trabalho de um professor não falar por ele mesmo, parem o mundo que eu quero descer! O professor ganhou de uma sociedade injusta funções que ele não aprendeu nos 4 anos (ou mais) de faculdade. O educador precisa ter a responsabilidade não só de ensinar, mas também de formar um cidadão, um homem honesto e um profissional. Enquanto a mídia diz que os professores são irresponsáveis por deixar alunos sem aulas por 90 dias, o professor tem que lutar sozinho não só por um salário mais justo, mas por mais dignidade porque os pais só querem que os professores sejam bons para os seus filhos, e nunca desejam que seus filhos sejam bons professores. Numa época em que cargos administrativos têm muito mais presítgio do que o profissional que "samba" na frente de uma classe para ensinar desde o beabá, o professor tem que colocar os seus ideias em uma sacola dentro de um armário esquecido e ir em frente dando aula por amor, formando homens na base do sentimento. Ok, você vai me dizer que antes ele já sabia o quanto ganhava, e embora eu lamente esse tipo de pensamento, devo concordar, nós professores devíamos não mais nos formar em Licenciatura, devíamos todos concorrer a vagas para trabalhar em escritórios com ar condicionado, ganhando a mesma coisa, talvez, mas sem a responsabilidade social que o educador tem. Devíamos todos deixar os seus filhos nas mãos de mestres por acaso, de profissionais conformados com a frustração em outras áreas e ingressaram em faculdades para professor apenas por ser mais fácil, por ser um dinheiro certo. Hoje não é o dia do professor, hoje é o dia do segundo pai (e muitas vezes, o primeiro) dos seus filhos. Se você é capaz de pagar à segunda pessoa mais importante da vida dos seus pequenos tão mal, não tem mais o que se discutir, até porque SER PROFESSOR não tem preço, e só quando conhecemos professores ruins, sabemos o verdadeiro valor de um bom mestre. Um feliz dia 15/10 aos mestres por carinho !

sábado, 13 de outubro de 2012

De Cervantes a Carneiro

Vocês conhecem o conto O Curioso impertinente de Miguel de Cervantes? Vou tentar dar uma resumida rápida: Anselmo é casado com Camila, mas com o objetivo de testar a fidelidade de sua esposa, resolve pedir ao seu melhor amigo Lotário que a corteje. Lotário não aceita, mas acaba se vendo obrigado a ceder devido à insistência do amigo. O marido usa desculpas para se afastar de casa e a esposa manda um bilhete delatando o galanteio do amigo. Anselmo segue com a ideia fixa de provar se sua esposa é, realmente, fiel. Com a aproximação de Lotário e Camila, os dois iniciam um romance e Camila toma ciência da armação do marido. Então, começa toda a tragédia, Camila vai para um convento para fugir da ira do marido, pois achava que ele já havia descoberto tudo; na procura do novo casal, Anselmo sofre um acidente e acaba por descobrir a derradeira traição, morre logo depois; Lotário foge e acaba morrendo em uma batalha e Camila, adúltera e viúva, morre de tristeza. 

Essa história parece com algum enredo recente, né? Leleco, Darkson e Tessália (da novela Avenida Brasil) interpretaram, sem o fim trágico, esse mesmo roteiro. Esse conto está no renomado Dom Quixote, e as pessoas ainda vêm me dizer que novela é coisa de pobre sem cultura. A novela, guardada a devidas proporções, precisa ser popular, dar ibope, precisa ser adequada a massa, com um linguajar fácil e personagens atraentes. Uma novela é um trabalho árduo de um pesquisador, sim. O roteirista pode trabalhar em cima de um romance de Machado de Assis, mas ele terá que adaptar essa história para o seu público, e isso não fará a obra ser menos rica, a obra será diferente, ganhará um outro olhar. 

Odeio preconceitos e, por isso, acho pertinente compartilhar com algumas pessoas desinformadas que acham que somente a sua verdade é válida. Nós temos, por direito, liberdade de nos manifestar como queremos, e toda forma de manifestação cultural é válida. Não importa se é um funk, um poema de Clarice Lispector ou um pagode, tudo isso é arte, e a arte representa um povo ou um grupo. Da mesma forma que você não gostaria de ser humilhado por não gostar de samba no país do Carnaval, não humilhe ninguém por não conhecer Caetano ou Zé Ramalho. Um bom avô já disse há muito tempo atrás, não faça aos outros o que não gostaria que fizessem com você. 



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Dia de pouco, véspera de muito.

Nada pode ser mais poético do que uma véspera de feriado. Você acordou cedo para ir trabalhar, na certeza que esse seria um dia longo. Nada que tenha que ser feito hoje, não poderá ser deixado para o próximo dia útil ( ou não, só vamos saber quando o próximo dia útil chegar). O feriado é o dia de folga dos bons homens, um dia normal, mas só na véspera de feriado que eu vejo o verdadeiro Carnaval. Afinal, que dia é mais importante? A sexta ou a terça-feira da festa da carne? É hoje, é hoje que todo mundo bota o bloco na rua, assim que a caneta cai. Há quem diga que vai direto para a casa para descansar, mas ao cruzar o primeiro bar, a véspera de feriado toma conta da gente e, ao pedir só umazinha, é como se tivéssemos numa máquina do tempo, dá 6h da manhã, enquanto ainda estamos na primeira ou segunda gelada. Pois, é, queria que os deuses do homem trabalhador ouvissem minhas preces e a hora passasse no bar, tão rápido quanto passa no trabalho. Mas deixa pra lá, hoje é véspera de feriado e nada vai me abalar. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Dentro do seu sonho, mas fora do conto de fadas

(...) Melhor do que sonhar é viver. Viver o que der pra viver. Viver o que não vai dar é um caminho rápido pra frustração, pra enlouquecer. A verdade sobre como o ritual do casamento se faz hoje - nesses tempos em que o pai da noiva não banca apartamento, em que preferimos sonhar com um trabalho que dê alegria do que com 8hs diárias como bancário, em que queremos fazer as coisas do nosso jeito - é essa: precisamos ter coragem e abrir mão de alguns dos sonhos de menina. Se vamos ser donos de nossas vidas e patrocinadores dos nossos desejos, temos de sonhar e agir como tais: Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança. Paulo disse que era na fraqueza que se revelava toda sua força. Abandonar aqueles aconchegos, afetos, aquelas brincadeiras, aqueles sonhos, as garantias seguras de felicidade dentro deles... não é fácil! É extremamente doloroso! Mas a escolha precisa ser feita sob o risco de nos pegarmos agindo como um cachorro que corre atrás dos carros sem nunca alcançar e sem nem saber porque os persegue. Encarar de frente que não somos princesas ou rainhas, que somos mulheres apenas. Ninguém nos diz isso e eu não sei porque... Essas princesas nunca existiram pra além das nossas sagas com a Barbie, pra além dos contos de fada que nada mais são que plástico e fantasia. Temos a oportunidade e a liberdade de vivermos de verdade as nossas histórias reais, com amores reais e dificuldades reais a serem superadas. Um dia a dia real com contas reais a pagar, e reais festinhas de família a comparecer, com tardes frias reais dormindo de conchinha, com beijos reais e crises de asma no meio da madrugada reais. Viver é melhor do que sonhar viver. Tá certo, no sonho é tudo tão sem limite e a felicidade é tão completa, tão perfeita... abrir mão dessa segurança, desse amparo que a fantasia dá é foda! Como num presente de Natal que é exatamente o que pedimos, na nossa imaginação, nos nossos sonhos de Barbie não existe frustração. Quem quer abrir mão disso? Por outro lado, Barbie é uma boneca e, como tal, é comandada. Desconhece autonomia e independência. Tudo o que ela tem foi você quem deu. Também a princesa, tudo o que ela tem já estava lá quando ela nasceu: o título, os luxos, as mordomias, as responsabilidades devotas pra com seu povo. Barbies e princesas não se pertencem a elas próprias, nós sim. A má notícia para você e eu, mulheres normais, mortais e donas das próprias histórias é que os desejos tem limite. Mas, vai por mim - e você sabe disso - nada se compara a sentir a liberdade batendo na cara, a liberdade de viver o que é seu e o que é de verdade ao lado da pessoa que te acompanha nessa aventura de loucos. Sem rede de segurança, sem imaginações edulcoradas. A realidade nua, mas sua. Uma vida toda aqui...



Fonte do texto: http://voucasarepanz.blogspot.com.br/

domingo, 7 de outubro de 2012

Quanto vale a justiça?

Não tenho palavras para dizer o que aconteceu sexta na São Clemente. Fomos torcer para o samba 1, samba da equipe do Victor Alves, que era, de longe, muito superior ao samba 2. Foram meses de trabalho e dedicação sem ganhar nada da Escola e o que vi na sexta-feira, dia 05, foi um tremenda injustiça. Para começar, ficou claro para mim que a equipe dele estava com dificuldades de conseguir ingressos ( conseguir não, COMPRAR, porque nem isso eles ganham) para a sua torcida, tínhamos a intenção de levar alguns amigos para dar uma força, mas com a surpresa de ingressos custando TRINTA REAIS, ficou difícil, né? Dentro da quadra o que nos esperava era uma tremenda falta de estrutura, coisa de escola pequena, sem dinnheiro, não dava para entender o motivo dos TRINTA REAIS pela entrada e VINTE REAIS para o estacionamento. Isso mesmo, VINTE REAIS para colocar o seu carrinho lá dentro, sabe por quê? MONOPÓLIO, falta de opção, qualquer coisa do tipo. Quando começou as apresentações dos sambas, era para achar, no mínimo, estranho, que o tal Gabrielzinho, compositor do samba 2, fosse chamado por diversas vezes demonstrando um prestígio muito singular, já que a primeira equipe passou pela apresentação normalmente, subiu ao palco, respeitou o número de passadas e desceu, nada que não estivesse previsto. Aquele clima estranho me incomodou, mas segui firme, a fé não podia me deixar naquele momento. O resultado para mim teve de ser acompanhado pela minha ida ao banheiro (como de costume) e eu, realmente, não acreditei quando ouvi de longe aquela confusão de samba. Quando voltei, a estranheza sentida antes não só se confirmou, foi muito maior do que eu esperava. Retirou-se o refrão e a estrofe principal do samba 1 e colocou a do samba 2. Indignação, foi esse o sentimento que tomou conta de mim. Lamento muito pela equipe, mas isso não pode nos calar. A fé é tudo o que temos e sem ela, é impossível. Não desistam!


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Festa Cerveja & Pagode




Querendo exibir meus dotes para vocês, vou mostrar a festa surpresa que fiz para o namorado no início do ano. Pense em uma festa surpresa para um aniversariante que está do seu lado? Não foi fácil. Tive que organizar tudo um dia antes pois ele vinha para minha casa à noite e, no dia da festa tive que enrolar ele para me ausentar em alguns momentos. Foi tenso, mas como quem tem amigos não morre pagão, consegui. Demonstro aqui a minha gratidão por todos que me ajudaram e aproveito para mostrar as coisas que eu e a turma aprontamos. 

Escolhi o tema "Festa & Cerveja" e as cores verde e branco, e comecei a trabalhar em cima disso.
Peguei os logos de cerveja, fiz a arte com o nome dele, imprimi em papel comum e colei nos copos. 



Não consegui achar o arquivo do logo da Bud, mas ficou assim. 
Perdoem a resolução da foto.

Comprei um verniz para passar por cima do adesivo para dar uma impermeabilizada, mas não adiantou muito. O bom é que o logo durou a festa inteira no copo, e aqui em casa ainda tem uns que estão sobrevivendo (rsrsrs). O bolo foi ideia minha, mas obra de Thays Serbija. Lembram da maluca do Chá de Filhotes? Então, ela mesma.
De lembrança distribui a pimenta que meu pai faz (muito famosa, por sinal) em potinhos e coloquei uma outra arte. Também fiz um logo para o painel do bolo.



Alinhavo em tecido para as toalhas, pote para colocar gelo e cerveja nas mesas individuais, faixa para a entrada, playlist, grupo de pagode, kit ressaca, filosofias de bar para os potes de brigadeiro, tudo isso consegui com a ajuda da minha SUPER EQUIPE. Valeu super a pena a cara de "O que está acontecendo?" do aniversariante. Já faz tempo, mas eu nunca poderia me esquecer.Obrigada mesmo, galera.




 
 Vejam como o Digão ficou depois da farra.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Não irão nos calar com um apito.

Eu não sou uma pessoa muito ligada em futebol, gosto de assistir ao Mengão, gosto de Olimpíadas e Copa do Mundo. Só que muito além do futebol, dentro dos meus conceitos, tem uma coisa que gosto muito,a justiça. Ter que acreditar que tudo que é popular é manipulado por dinheiro sujo, é muito duro. É muito duro, em seu momento de lazer, ligar a tv para ver o seu time jogar e não só não vê-lo ganhar, mas ver que ele foi ridiculamente "garfado". Agora, com certeza, mais grave que tudo isso, é não ter nem o direito de se indignar, não ter nem o direito de dizer "Estamos de olho e não estamos gostando". Isso que aconteceu com o Náutico foi um crime público à liberdade de expressão. Os torcedores não puderam colocar uma faixa, que dizia: Não irão nos derrubar no apito. O árbitro só apitou o início do jogo quando a mensagem foi abaixada. O que mais me indigna é que as autoridades não se manifestam, nem a própria torcida se manifesta. É um homicídio doloso a manifestação pacífica com milhões de testemunhas e acaba como tudo acaba no Brasil, em pelada ou em samba. 

Não entendo nada de leis de futebol, o que eu entendo é de ser humano, e a mensagem de amor que quero deixar com isso é, na verdade, uma súplica para que não nos deixemos ser levados por esta minoria opressora, nós somos mais, somos muitos e devemos buscar o que é nosso por direito, nesse caso, a nossa voz.

Náutico

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Mini-nós.


Como não amar as crianças? Elas reinventaram o amor com sua forma delicada de pedir presentes que beiram aos mil dólares, como quem pede uma balinha para adoçar a boca. Elas são as miniaturas de seus pais em fisionomia e personalidade. Elas ganham o mundo quando aparecem com notas dez e transformam nossa alegria em ira quando vêm com aquelas médias baixas, dignas de castigos eternos. E quem nunca castigou um filho eternamente e voltou atrás com o primeiro sorriso ou  o primeiro "por favor"? Quem tem uma criança tem uma luz no fundo do túnel que nunca se apaga. E por que elas crescem? Pra que elas crescem? Preferia que elas continuassem a ser esses mini seres passíveis de ordem e ao mesmo tempo, donos do seus próprio nariz. Nós somos mesmo muito injustos quando colocamos um filho no mundo apenas para se livrar da solidão na velhice. Uma criança é a certeza de que não podemos desistir nem de nós, nem das pessoas. É preciso trabalhar dia e noite para dar mais do que podemos e menos do que elas dizem precisar. E como ter bom senso com aquele pequenino olhar te implorando para dormir uma hora mais tarde, ou mais trinta minutinhos de videogame, ou apenas para repetir a sobremesa? Hein? Como fazer? Existe receita? Nesse jogo, é o amor quem vai ditar todas as regras. E só ao lado delas, conhecemos o verdadeiro amor sem limites.

Catarina Leme. A normalidade sempre passa longe da gente.